EDUCAÇÃO PARA TODOS OS SENTIDOS

EDUCAÇÃO PARA TODOS OS SENTIDOS
EDNA REGINA - PROFESSORA E CRIADORA DO BLOG

segunda-feira, 31 de maio de 2010

MEU DIÁRIO










Era um dia como outro qualquer, estávamos na sala dos professores quando chegou a notícia de que iríamos receber um casal de crianças com deficiência visual. Meu coração acelerou de repente, confesso que pedi a Deus que os mesmos não fossem para minha sala de aula, não por preconceito, mas pelo medo de não saber lidar com tal situação. Meu medo e receio aumentaram quando uma colega começou a relatar para todos nós como era dificil trabalhar com os dois. Enquanto ela relatava os feitos dos meninos, meu coração ia ficando mais e mais apertadinho, ela falava que eles na outra escola beliscavam, mordiam, esperneavam e outras coisas mais, hoje vejo o quanto é triste você rotular um aluno, e também o quanto tais comentários chegam a nos influenciar, nesse momento eu ainda não sabia que eles seriam meus alunos, quando foi anunciado o que eu não queria ouvir, mas não tinha jeito, eles eram para mim, acho que todos perceberam a minha expressão de desespero, mesmo assim disse para todos que era um desafio e que eu iria tentar superar..


No primeiro encontro percebemos como eram lindas e inteligentes aquelas crianças, começou a minha trajetória, me encontrava quase que leiga no assunto, como trabalhar, se não conheço as habilidades para o trabalho com deficientes visuais? Então lembrei de relatos de colegas que haviam participado de cursos de inclusão, o quanto era rico em informações e aprendizados, lamentei profundamente de não ter tido oportunidade de participar de tais cursos, mas tudo bem, as crianças estavam alí com todas as suas limitações e as minhas também, uma colega me emprestou um livro para que eu pudesse ler um pouco do assunto, mas confesso que essa leitura solitária não me ajudou muito, pois gostaria de ouvir, falar e trocar experiências com outras pessoas, o primeiro encontro foi bom, mas ainda ficava me perguntando o que fazer com eles?

Hoje resolvi, com toda minha falta de informações, fazer uma atividade com Ana Renally e Renan, fiz com eles uma técnica de colagem de bolinhas, a mesma atividade fiz com as outras crianças, orientei a turma como seria e fui ficar com os dois, confesso que me renovei ao vê-los participando como os outros, tirei bastante fotos, foi bom, bom mesmo, fiquei orgulhosa de mim mesma.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

O que é Braille?

O sistema Braille é um processo de escrita e leitura baseado em 64 símbolos em relevo, resultantes da combinação de até seis pontos dispostos em duas colunas de três pontos cada. Pode-se fazer a representação tanto de letras, como algarismos e sinais de pontuação. Ele é utilizado por pessoas cegas ou com baixa visão, e a leitura é feita da esquerda para a direita, ao toque de uma ou duas mãos ao mesmo tempo.

O código foi criado pelo francês Louis Braille (1809 - 1852), aos 16 anos, após ter perdido a visão na infância, aos 3 anos. Ele teve o olho perfurado por uma ferramenta na oficina do pai, que trabalhava com couro. Após o incidente, o menino teve uma infecção grave, resultando em cegueira nos dois olhos.




O Brasil conhece o sistema desde 1854, data da inauguração do Instituto Benjamin Constant, no Rio de Janeiro, chamado, à época, Imperial Instituto dos Meninos Cegos. Fundado por D. Pedro II, o instituto já tinha como missão a educação e profissionalização das pessoas com deficiência visual. “O Brasil foi o primeiro país da América Latina a adotar o sistema, trazido por José Álvares de Azevedo, jovem cego que teve contato com o Braille em Paris”, conta a pedagoga Maria Cristina Nassif, especialista no ensino para deficiente visual da Fundação Dorina Nowill.

O código Braille não foi a primeira iniciativa que permitia a leitura por cegos. Havia métodos com inscrições em alto-relevo, normalmente feito por letras costuradas em papel, que eram muito grandes e pouco práticos. Quatro anos antes de criar seu método, Louis Braille teve contato com um capitão da artilharia francesa que havia desenvolvido um sistema de escrita noturna, para facilitar a comunicação secreta entre soldados, já utilizando pontos em relevo. Braille simplificou esse trabalho e o aprimorou, permitindo que o sistema fosse também utilizado para números e símbolos musicais.

O Braille hoje já está difundido pelo mundo todo e, segundo pesquisa "Retratos da Leitura no Brasil", de 2008, do Instituto Pró-Livro, 400 mil pessoas leem Braille no Brasil. Não é possível, segundo o Instituto Dorina Nowill, calcular em porcentagem o que esses leitores representam em relação à quantidade total de deficientes visuais no país. Isso porque o censo do ano 2000, realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), aponta que há 169 mil pessoas cegas e 2,5 milhões de pessoas com baixa visão. No entanto, este último grupo é muito heterogêneo – há aqueles que enxergam apenas 1% e, portanto, poderiam ler apenas em Braille, como pessoas que enxergam 30% e podem utilizar livros com letras maiores.

. “Muitos professores acham que é simples ensinar o Braille a um aluno cego. No entanto, a alfabetização com esse sistema tem suas especificidades, e o professor, para realizar essa tarefa com êxito, tem de buscar ajuda”, explica a especialista.

Hoje institutos como o Benjamin Constant, o Dorina Nowill e muitos outros pelo país oferecem programas de capacitação em Braille e dispõem de vasto material sobre o assunto.

Direito é direito

A Criança e Adolescente só tem direitos e não obrigações?




1. "Criança e Adolescente só têm direitos e não obrigações" (?) (art. 6º; art. 16, I; art. 17; art. 18).



Não. Nos termos do art. 6° do ECA, eles têm tanto direitos quanto deveres individuais e coletivos. Até mesmo o direito à liberdade, previsto no art. 16 não é ilimitado. Referido artigo enumera os aspectos compreendidos por esse direito. Nada é ilimitado: nem os direitos, nem os deveres. Ambos são impostos por lei, mas devem ser exercidos dentro dos limites legais.
A participação da comunidade escolar (leia-se pais de alunos) adquire grande importância, na medida em que é o Conselho de Escola que irá elaborar o Regimento Escolar. Os pais (ou responsáveis) têm o direito de conhecer o processo pedagógico da escola, de participar da definição das suas propostas educacionais, mas também têm o dever de acompanhar a freqüência e o aproveitamento dos seus filhos (ou pupilos).
Crianças e Adolescentes têm todos os seus direitos previstos e assegurados no Estatuto. Deve-se respeitá-los, não se esquecendo de que, na escola, esses direitos devem ser exercidos nos limites do Regimento Escolar.
2. O que fazer, ao tomar conhecimento de abusos praticados contra a criança e o adolescente?
É obrigação do Diretor da Escola tentar resolver o problema com a família, além de comunicar o Conselho Tutelar. Deve proceder da mesma forma, quando se tratar de faltas injustificadas, maus tratos ou qualquer outra anormalidade.3. Como deve ser vista a censura no ECA?
Deve ser vista como uma questão legal. Ou seja, a censura não é ética, moral, mas legal.Exemplo: uma fita de vídeo classificada com imprópria para menores de 18 anos não poderá ser exibida para os alunos com idade inferior à indicada.
4. O Estatuto criou a figura Proteção integral à Criança e Adolescente.
5. Criança = 0 a 12 anos incompletos;
Adolescente = 12 a 18 anos; Excepcionalmente até os 21 anos (por exemplo, quando tratar-se de assegurar direitos dos mesmos).
6. Os direitos da Criança e Adolescente devem ser assegurados "com absoluta prioridade".
7. Obrigações da direção:
a) comunicar ao Conselho Tutelar os casos de suspeita ou confirmação de maus tratos (além de outras providências legais);b) não permitir que a Criança e Adolescente seja exposta a vexame ou constrangimento ("escola não é extensão do lar");c) comunicar ao Conselho Tutelar os casos de reiteração de faltas injustificadas, evasão escolar (esgotados os recursos escolares), elevados níveis de repetência (depois de tentar resolver o problema com os pais/responsáveis);d) tomar todas as medidas cabíveis quando da ocorrência de atos infracionais: ressarcimento de dano, "queixa" no Distrito Policial, apelo à Polícia, comunicações ao Conselho Tutelar, Juiz e Promotor;e) não divulgar (e não permitir a divulgação) de atos (infracionais) administrativos, policiais e judiciais referentes a Criança e Adolescente;f) facilitar o acesso à escola (e à documentação) aos responsáveis por Criança e Adolescente (principalmente o Ministério Público), desde que no exercício de suas funções, não abdicando, porém, da condição de diretor (art. 201, § 5º, b);g) não permitir a exibição de filme, peça, etc., classificado pelo órgão competente como não recomendado para Crianças e Adolescentes.
8. São deveres dos pais ou responsáveis:
a) matricular o filho ou pupilo na escola;b) acompanhar sua freqüência;c) acompanhar seu aproveitamento escolar.
9. É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo pedagógico, bem como participar da definição das propostas educacionais.
10. Direitos da Criança e Adolescente:
a) opinião e expressão;b) brincar, praticar esportes e divertir-se;c) contestar critérios avaliativos e recorrer a instâncias superiores;d) ser respeitado por seus educadores;e) organizar (e participar em) entidades estudantis;f) vaga em escola pública próxima de sua residência;g) sigilo em todos os tipos de processos;h) se autor de ato infracional, não ser conduzido ou transportado indevidamente.


Fonte:http://www.publicado.com.br
Atividade de Inclusão - Deficientes Visuais


Artigo

Recursos didáticos na educação especial
Jonir Bechara Cerqueira
Elise de Melo Borba Ferreira

Resumo
Os materiais didáticos são de fundamental importância para a educação de deficientes visuais. Este texto pretende definir, classificar e ilustrar alguns destes materiais, além de apresentar recursos disponíveis a partir da utilização de equipamentos de informática.
Talvez em nenhuma outra forma de educação os recursos didáticos assumam tanta importância como na educação especial de pessoas deficientes visuais, levando-se em conta que:


1) um dos problemas básicos do deficiente visual, em especial o cego, é a dificuldade de contato com o ambiente físico;
2) a carência de material adequado pode conduzir a aprendizagem da criança deficiente visual a um mero verbalismo, desvinculado da realidade;
3) a formação de conceitos depende do íntimo contato da criança com as coisas do mundo;
4) tal como a criança de visão normal, a deficiente visual necessita de motivação para a aprendizagem;
5) alguns recursos podem suprir lacunas na aquisição de informações pela criança deficiente visual;
6) o manuseio de diferentes materiais possibilita o treinamento da percepção tátil, facilitando a discriminação de detalhes e suscitando a realização de movimentos delicados com os dedos.

Definição
Recursos didáticos são todos os recursos físicos, utilizados com maior ou menor freqüência em todas as disciplinas, áreas de estudo ou atividades, sejam quais forem as técnicas ou métodos empregados, visando auxiliar o educando a realizar sua aprendizagem mais eficientemente, constituindo-se num meio para facilitar, incentivar ou possibilitar o processo ensino-aprendizagem. De um modo genérico, os recursos didáticos podem ser classificados como:



Naturais: elementos de existência real na natureza, como água, pedra, animais.
Pedagógicos: quadro, flanelógrafo, cartaz, gravura, álbum seriado, slide, maqueta.
Tecnológicos: rádio, toca-discos, gravador, televisão, vídeo cassete, computador, ensino programado, laboratório de línguas.
Culturais: biblioteca pública, museu, exposições.



O bom aproveitamento dos recursos didáticos está condicionado aos seguintes fatores:
1) capacidade do aluno;
2) experiência do educando;
3) técnicas de emprego;
4) oportunidade de ser apresentado;
5) uso limitado, para não resultar em desinteresse.



Seleção, adaptação e confecção
Na educação especial de deficientes visuais, os recursos didáticos podem ser obtidos por uma das três seguintes formas:



Seleção
Dentre os recursos utilizados pelos alunos de visão normal, muitos podem ser aproveitados para os alunos cegos tais como se apresentam. É o caso dos sólidos geométricos, de alguns jogos e outros.



Adaptação
Há materiais que, mediante certas alterações, prestam-se para o ensino de alunos cegos e de visão subnormal. Neste caso estão os instrumentos de medir, como o metro, a balança, os mapas de encaixe, os jogos e outros.



Confecção
A elaboração de materiais simples, tanto quanto possível, deve ser feita com a participação do próprio aluno. É importante ressaltar que materiais de baixo custo ou de fácil obtenção podem ser freqüentemente empregados, como: palitos de fósforos, contas, chapinhas, barbantes, cartolinas, botões e outros.




Com relação ao uso, os recursos devem ser:
Fartos — para atender a vários alunos simultaneamente;
Variados — para despertar sempre o interesse da criança, possibilitando diversidade de experiências;
Significativos — para atender aspectos da percepção tátil (significativo para o tato) e/ou da percepção visual, no caso de alunos de visão subnormal.






ATIVIDADE:



Caixinha Surpresa



Costumo trabalhar com caixas de diversos tamanhos e colocamos uma dentro da outra e dentro da última caixa tem sempre um objeto. A criança vai manusear bem a caixa, balançar para escutar.



Depois, faço perguntinhas: "faz barulho?", "é pesado ou leve?"...



Agora vamos tenter adivinhar: "O que é o que é..."



Podem abrir...eles tem que tentar abrir sozinhos uma caixa após a outra.




Postado por Camila Genaro às 23:21 Marcadores: Inclusão

quinta-feira, 27 de maio de 2010

REFLEXÃO

PARA REFLETIR

E eu os vi chegarem à escola, conduzidos pelas mãos pacientes da mãe, eram gêmeos também no infortúnio de não ver a luz. Alegres e falantes diziam que aquela escola era boa, diferente, como podiam dizer isso? Tinham outro sentido mais importante e mais aguçado, tinham a emoção ali gritante e latente, que me faltava para perceber que a falta da visão não impede o aprendizado, nem a felicidade, aprendi no primeiro dia que a educação deve existir para todos os sentidos, nos demais estou aprendendo a conviver com eles e a ver com os olhos da alma.

DAGUIA ROCHA

quarta-feira, 26 de maio de 2010

INCLUSÃO

Inclusão é uma tarefa complexa, que exige do educador múltiplos saberes da prática educativa, principalmente porque pressupõe o respeito as diferenças existentes entre os educandos, independente de sua capacidade ou dificuldade, de sua origem sócioeconômica ou cultural, em escolas e classes que se propõem a atender as necessidades individuais e coletivas dos mesmos.